sexta-feira, 13 de julho de 2007

A importância do voto em António Costa no domingo

No último dia de campanha, é chegado o momento de apresentar as alegações finais. Eis algumas razões para votar em António Costa no domingo:
1.º) Atendendo ao previsível elevado valor da abstenção, um eleitor sabe que o seu voto pode fazer a diferença. Por razões de simples aritmética, um voto vale mais com uma taxa de abstenção na ordem dos 50% do que se ela se cifrasse em 20%;
2.º) Também por razões de aritmética, importa ter presente de que, se não há dúvidas quanto ao vencedor, há ainda muita incerteza quanto à dimensão da vitória. A eleição do sétimo ou do oitavo vereador da lista pode jogar-se em centenas ou mesmo dezenas de votos de diferença;
3.º) Dada a situação a que chegou Lisboa, um resultado do PS que obrigue a coligações com um ou mais partidos ou movimentos, dificilmente permitirá a adopção de medidas de ruptura com a situação anterior;
4.º) A penalização de Marques Mendes não se mede apenas pela votação de Negrão ou de Carmona. Só uma vitória inequívoca do PS permitirá que não se façam falsas leituras de que Marques Mendes foi acompanhado pelo Governo na derrota. A democracia precisa de oposições fortes e este é um momento único também para ajudar o PSD a fazer melhor o papel que lhe compete, livrando-se do seu actual líder;
5.º) Por último, apelo ao espírito cívico dos lisboetas para que saibam virar a página com o que foram os últimos seis anos. Ninguém pode querer a continuação da degradação da qualidade de vida em Lisboa, da perda de população, da deterioração do património edificado, da delapidação de recursos financeiros: em suma da falta de projecto e de ambição para uma cidade que tem condições naturais únicas para ser uma das principais capitais europeias.
JM

Mais uns sinais...

O 24 horas organizou um pequeno inquérito de 14 perguntas em torno de factos sobre a cidade de Lisboa. Apesar de não me parecer particularmente indispensável que o próximo presidente da Câmara saiba em que freguesia nasceu Amália ou se a rua mais cara no monopólio é a rua do Ouro ou a Rua Augusta, os resultados parecem pelo menos confirmar aquilo que se tem dito sobre o conhecimento do candidato Fernando Negrão sobre a cidade de Lisboa. Negrão consegui ficar em último lugar, só tendo acertado 3 das 14 questões colocadas...

E ficar sem pescoço...

TA

KISS - Keep it short and simple - not stupid please!


Profissionais chumbam campanha eleitoral de Lisboa
13 de Julho de 2007

, por
Filipe Pacheco
A campanha para as eleições intercalares para a Câmara de Lisboa não trouxe nada de novo, afirmam os especialistas em comunicação contactados pelo M&P.A comunicação em outdoor, que é dos meios mais usados pelos políticos durante os períodos eleitorais, é considerada por todos conservadora, má e pouco desafiadora. Ricardo Monteiro, presidente da Euro RSCG Portugal, analisa alguns casos. Relativamente a António Costa, candidato PS que vai à frente nas sondagens, descreve: "A comunicação é muito cafona, envelhecida e muito dirigida a pessoas de 40 a 60 anos. É uma mensagem típica de quem está por dentro do establishment político, ou seja, conservadora, sem desafio e pouco apelativa". E, embora admita que esta estratégia tenha sido utilizada para se adequar a esse público-alvo, o responsável da Euro RSCG acaba por sentenciar "que não tem qualquer arrojo". Ao referir-se à campanha de Fernando Negrão, candidato do PSD, afirma que, embora pretenda ser arrojada, acaba por transmitir uma mensagem contra o governo, o que, no seu entender, "é ridículo e deslocado". E explica: "Com a mensagem que está colocada nos cartazes, a campanha social-democrata acaba por ser de oposição ao governo da nação e não uma candidatura à CML". Considerando as outras campanhas igualmente pobres, há, porém, uma que, para Ricardo Monteiro, destaca-se pela positiva, a de José Sá Fernandes, candidato do Bloco de Esquerda. "Em termos de criatividade, é a mais profissional e aquela que mais se destaca, uma vez que é aquela que contém uma mensagem mais facilmente apreendida pelas pessoas, Pelo menos ali, as pessoas sabem que está uma candidato anti-establishment", afirma. Contudo, "o defeito que encontro é a mensagem passar num tom demasiado 'publicitoso', no sentido em que não existe talvez ali a seriedade necessária, sendo que com a exiguidade de meios de que dispõem é difícil fazer passar uma mensagem positiva."
José Carlos Campos, director criativo da Strat, é igualmente da opinião que, neste aspecto, a campanha de Sá Fernandes é aquela que mais se destaca pela positiva. "De todas elas, considero que é a mais interessante", lamentando, no entanto, que "sendo a campanha de um partido que, ao longo da história recente, foi extremamente criativo, provavelmente esperaria um pouco mais da campanha do José Sá Fernandes. Mas considero a melhor dentro de uma bitola muito baixa".
Susana Monteiro, directora-geral da Parceiros da Comunicação faz uma avaliação negra da campanha. "Em traços gerais, a avaliação que faço desta campanha é muito negativa, uma vez que não estamos a assistir a propostas políticas, mas a uma guerrilha partidária, sobretudo entre o PS e O PSD", começa por referir, apontando, de seguida, as baterias aos candidatos em geral: "Lisboa merece um debate com propostas claras concretas e estamos a assistir a tudo menos isso. Os lisboetas não merecem o que está a acontecer nesta campanha, pois não sabe identificar as ideias de cada um", aponta.



Isto não deixa de ter a sua piada, todos sabemos que são alguns deste senhores que fazem as campanhas para as diferentes candidaturas. Os acima entrevistados, terão sido alguns dos que perderam este comboio? Em todo o caso não deixam de expressar uma opinião profissional sobre um assunto que ainda é tratado em Portugal com uma certa dose de amadorismo.


Opinando sobre as opiniões dos marketeers, deixo apenas algumas questões para os próprios e nós todos respondermos:


Quanto à campanha de António Costa, não será “a comunicação (…) muito dirigida a pessoas de 40 a 60 anos” propositada? Todos sabemos qual é o tecido etário dos habitantes de Lisboa, para alem de que o candidato do PS tem uma imagem bem mais coloquial do que a da maioria dos outros candidatos, pelo que, não necessita trabalhar esta faceta nos seus outdoors.


Quanto à campanha de Fernando Negrão, reunisse ela a mesma unanimidade nos elogios que merece nas criticas -"é ridículo e deslocado"- será que mesmo assim o homem conseguia chegar aos 50% … do eleitorado do PSD?


Quanto às mensagens do bloco, não devemos dizer só mal e depressa, provavelmente grande parte dos relativos êxitos eleitorais que têm tido nos últimos anos, ficam-se a dever à criatividade e eficiência comunicacionais deste agrupamento politico. No entanto, não é despiciendo verificar que os rapazes do Bloco “estão a perder o gás”.Será pelo aburguesamento no pequeno poder? A verdade é que toda a mensagem do Bloco para estas eleições – “O Zé faz falta!”, podia bem ser a mensagem da lista do PS – O Tó faz falta! – e não resultaria até bem mais credível com António Costa?


Tiremos as devidas elações e aprendamos com quem faz bem, o Bloco faz boas campanhas, o PS faz bons executivos.


No domingo o “Tó” vencerá! Com a certeza porem, que é sempre possível fazer melhor, e que o segredo para essa evolução é integrarmos na nossa praxis os bons ensinamentos que retiramos das virtudes e até dos erros dos nossos adversários.


NF

UNITED COSTA OF LISBOA

O titulo deste post nada tem a ver com quaisquer vantagens eleitorais que António Costa possa retirar da sua ascendência étnico/racial. Aliás, com um adversário “Negrão”, e que consegue fazer toda a campanha mais bronzeado (pasme-se) que o nosso candidato, temos tantas outras razões para votar na lista do PS à Câmara Municipal de Lisboa.
A(s) principal(ais) razão(ões) é(são) evidente(s). É esfregar os olhos e arregalá-los outra vez, António Costa, em tempo recorde, conseguiu reunir em torno da sua candidatura os melhores de Lisboa.
Apesar do estado calamitoso em que o PSD A e o PSD B deixaram o “troféu em disputa”, ou talvez exactamente por isso, os melhores cidadãos de Lisboa - aqueles que costumam ser mais discretos noutras “temporadas” eleitorais - disseram presente a António Costa e aí estão para participar na reabilitação da nossa Câmara, na reconstrução da nossa Cidade.
Personalidades “simpáticas” para a maioria dos lisboetas, insuspeitos de filiação socialista e com históricos de exercício de cidadania que falam por si.
Muitos julgariam impossível esta associação, provenientes de hemisférios políticos tantas vezes conflituantes, convergem agora em torno de um homem com o coração em Lisboa, António Costa.
Os mandatários de candidatura José Miguel Júdice e Saldanha Sanches, serão os garantes de muitos dos votos que vão dar a maioria a António Costa no próximo domingo. E se o serão, é pelo mérito dos seus percursos cívicos, derrotando as campanhas negativas e os ataques pessoais de que foram alvo, e a que infelizmente, os nossos adversários já nos vão habituaando.
Pleonasmo, é falarmos de Júdice e de Sanches e falarmos da necessidade de moralização e renovação da vida politica e económica, principalmente ao nível autárquico. Pleonasmo é, também, lembrarmos a autarquia levada à beira da ruína em prol de obscuros interesses privados, e os autarcas eleitos nas listas do PSD e do CDS/PP.
Infelizmente falamos de Lisboa, e a forma desavergonhada, como os “tios” da direita desavinda, abusaram deste momento de debate público, para lavarem a (muita) roupa que sujaram a tentar encobrir os seus telhados de vidro, exige dos lisboetas uma resposta firme e decidida.
Independentemente do quadrante político a que cada um de nós pertença, ou da empatia pessoal que tenhamos pelos doze candidatos, reconheçamos que a equipa de António Costa é a única que se apresenta pela positiva por Lisboa.
Será de nascença, a sua costela socialista, mas é de berço a urbanidade com que esta candidatura está empenhada em atrair os melhores lisboetas, da direita à esquerda, para em conjunto, solucionarmos rapidamente os problemas da autarquia e da cidade.

United Costa of Lisboa!
NF

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Povo Livre

«O mais provável é que António Costa ainda suba mais.»
Dias Loureiro comentando a última sondagem da Intercampus, Rádio Clube Português, 6 de Julho

«O PSD só pode fazer uma campanha limpa assumindo as suas responsabilidades»
Pedro Passos Coelho numa acção de campanha de Negrão, Diário Digital, 11 de Julho

«Como em tudo na vida, umas vezes está-se no poder, outras na oposição»
Manuela Ferreira Leite sobre o resultado de domingo, Lusa, 12 de Julho

«Se o PSD perder, a única atitude correcta de Paula Teixeira da Cruz é a demissão. Terão de ser retiradas consequências. Em política é assim.»
Helena Lopes da Costa, Lusa, 12 de Julho

Os "casos" da campanha eleitoral

A parte final da campanha tem sido marcada pelos "casos", (quase) todos eles suscitados pela candidatura do PSD, o que não admira, atendendo à total incapacidade de Negrão para discutir os problemas da cidade - que nem sequer conhece bem - ou para apresentar ideias credíveis para os solucionar.
Por isso, o PSD tem optado pela técnica da "melhor defesa é o ataque", lançando suspeitas sobre vários candidatos da lista do PS, que - pelo menos em dois casos - se prendem com o percurso profissional das pessoas em causa.
Contudo, curiosamente, não estão em causa quaisquer ilegalidades ou irregularidades nesse percurso profissional, mas o simples facto dos mesmos existirem.
Por outras palavras: o que é atacado pelo PSD é a eventual incompatibilidade entre os interesses dos candidatos enquanto profissionais e a sua actuação futura como vereadores.
Ora, como é óbvio, essa situação é suficientemente acautelada pelos mecanismos legais, designadamente, do Código do Procedimento Administrativo, através dos institutos jurídicos do impedimento e da escusa, que, aliás, ambos os candidatos já afirmaram pretender usar, não participando em nenhuma decisão que envolva as empresas ou os empreendimentos em que estiveram envolvidos antes de serem eleitos vereadores da CML. É quanto basta!
Se assim não fosse, a política tornar-se-ia um terreno exclusivo dos "políticos profissionais", sem vida profissional e sem outros interesses.
Por mim, prefiro, bem pelo contrário, que haja candidados com uma vida profissional fora da política.
AL

quarta-feira, 11 de julho de 2007

O desespero de Negrão

Negrão partiu para estas eleições com a espinhosa tarefa de conseguir um resultado digno para o PSD. Esse resultado andaria sempre em torno dos 20 a 25%. Verdade seja dita de que, perante a pesada herança da gestão autárquica dos últimos 6 anos na Câmara Municipal de Lisboa, mesmo um bom candidato não conseguiria um resultado melhor.

Todavia, a campanha tem corrido muito mal a Negrão, pelo que esse resultado já está fora de qualquer cogitação. Primeiro, foi a composição da lista, em que não conseguiu impor a Paula Teixeira da Cruz a necessidade de o PSD se apresentar a sufrágio de cara lavada, o que só aconteceria se nenhum dos vereadores da anterior equipa se recandidatasse. Depois, foi aquele episódio lamentável das siglas, em que parecia um boneco que reproduz o que lhe foi (mal) transmitido. Agora, o cúmulo do desespero está bem evidente na forma como questiona o carácter dos seus adversários directos, em especial de elementos da lista do PS.
A última cartada estratégica de Negrão não é nova na política. Se Negrão não tivesse memória curta, lembrar-se-ia de que está a seguir um guião que foi interpretado por Santana Lopes há dois anos. Os resultados também serão os mesmos, porque nisso os eleitores ainda continuam a ser previsíveis.
JM

Ainda na memória


Claudia,
Há muito que queria acrescentar alguma refllexão a esta nossa troca de ideias. Como imaginas, a campanha tem sido dura e exigente, pelo que não tenho tido muito tempo para escrever.
Vejo, sem espanto, que temos poucas são as diferenças que nos separam. Na verdade concordo com grande parte do que dizes.
Permite-me apenas algumas considerações.
Em primeiro lugar os agentes políticos devem procurar o equilíbrio entre os recursos disponíveis, numa por vezes estranha dança entre o que se quer e o que se pode fazer. Claro que era bom que pudéssemos ter recursos ilimitados, que estes pudessem ser colocados nos melhores projectos, em prol do desenvolvimento da cidade. Mas, como sabes, os recursos são escassos e a distribuição de recursos por projectos é bem deficiente.
É por isso que considero importante que antes das tomadas de decisões (i.e. da distribuição de recursos), se tome o tempo necessário para que os projectos sejam bem elaborados, e obedeçam a necessidades estratégicas para o desenvolvimento da cidade.
No caso dos arquivos, também eu (como imaginas) queria vê-los abertos amanhã, com óptimas condições de armazenamento, com bases de dados construídas e publicadas na net, com óptimos espaços de consulta e de trabalho. Infelizmente isso não é possível. Pelo menos no imediato. Mas é possível pensar sobre o que queremos fazer. Qual o quadro onde queremos desenhar as novas formas de colaboração e de articulação entre as diversas entidades que, necessariamente, tem de se envolver. É sobre esta construção que penso, quando afirmo que é necessário ter o esquema bem pensado, antes de voltar a abrir os arquivos.
Entretanto, pode-se aproveitar os arquivos existentes. Do arquivo do Arco do Cego lembro-me de um bom par de investigações que se podem fazer. Umas ligadas a conteúdos eleitorais (ainda mais quando, em 2008, faz 100 anos da vitória republicana nas eleições municipais de Lisboa), outras à arquitectura. Pelo menos sei que existem amplos acervos nessas áreas.Agora, não se podem desperdiçar novas oportunidades. E a próxima CML terá de ter a atenção necessária à memória e à identidade cultural da cidade de Lisboa.
Há, repito, que incentivar a criação de projectos multidisciplinares de investigação olissipográfica, definindo áreas, temas ou épocas estratégicas para a construção identitária de Lisboa, para a edificação de uma melhor «Marca», produto de consumo turístico, e para se criarem as condições necessárias para um hype à volta de Lisboa, para que se crie – por cinco, seis anos - um movimento sustentado de investigação criativa articulada estrategicamente com a necessidade de criar em Lisboa não só uma marca reconhecível como um espaço urbano de vivência estruturada.
Quando se fala de marcas de cidades, num estranho sentido macro-económico e «marqueteiro», esquece-se que a Marca não é mais que uma identidade consolidada e pronta para consumo. E Lisboa perdeu, há muito, o sentido da sua identidade.Há que refazê-la. Na História e na Memória.
A próxima CML, se liderada por António Costa, terá todas as condições para colocar em marcha estas ideias. Tenho poucas dúvidas disso.

[Entretanto verifiquei que também o Daniel opinou sobre a necessidade de preservar a memória da cidade. Este texto é, assim, um pouco para os dois.]

JRS

Igualdade de Género na Construção de uma Cidade Mais Coesa

Igualdade de Género na Construção de uma Cidade Mais Coesa
Uma lista que se candidata com uma representação equilibrada de homens e mulheres – ultrapassando a exigência dos 33% imposta pela recente Lei da Paridade – é um sinal muito positivo da sensibilidade de António Costa para afirmar em Lisboa a política de género que a autarquia nunca teve.
A Administração Local é uma área imprescindível de afirmação para a Igualdade de Género. Tem uma posição privilegiada de proximidade com as cidadãs e os cidadãos e, numa lógica de contratualizações e parcerias, deve desempenhar um papel facilitador no estabelecimento de articulações e sinergias com os vários organismos e entidades que operam no seu território, nomeadamente no quadro das Redes Sociais. A Igualdade de Género é condição necessária para um território mais harmonizado e maior coesão social.
A cidade, o bairro ou o local de trabalho podem e devem ser espaços para a promoção e não para a inibição do potencial humano de cada pessoa. Uma autarquia com preocupações ao nível da igualdade de género é a que melhor garante a relação equilibrada entre os recursos, os espaços e as pessoas que neles habitam.
Os caminhos para promover o mainstreaming de género nos vários domínios de acção das autarquias estão já desenhados. Os Planos Municipais para a Igualdade são a garantia de autarquias mais modernas, solidárias e justas, nomeadamente através da designação de Conselheiros ou Conselheiras para a Igualdade. Através deles se vão promover as condições que permitam às mulheres e aos homens uma partilha mais equilibrada da vida familiar, profissional e pessoal, com a criação de condições de paridade e harmonização das responsabilidades que permitam a construção de uma sociedade mais solidária.
As medidas a implementar são múltiplas. Há que alargar as estruturas de apoio a dependentes e melhorar a qualidade dos serviços, com flexibilidade e acessibilidade financeira aos munícipes, nomeadamente através da formação adequada do pessoal. Dar incentivo à introdução de horários flexíveis no comércio e outros serviços de proximidade. Estimular a solidariedade inter-geracional e as redes de vizinhança. Reforçar os serviços de apoio ao domicílio para famílias com pessoas dependentes. Estas são algumas das acções concretas de promoção da Igualdade de Género que estou certa que o futuro executivo liderado por António Costa irá desenvolver.
Nos bairros onde se vêem mais claramente os sinais de pobreza, nomeadamente onde há muita imigração, há fenómenos sociais de marginalização que atingem todos e todas, mas que fazem sentir-se com incidência particularmente preocupante nas mulheres e nas famílias monoparentais. A intensificação e consolidação dos fluxos migratórios, caracterizada por uma crescente diversificação dos países de proveniência, constitui um dos principais desafios de natureza social com se confronta a sociedade portuguesa, o que faz das políticas de acolhimento e integração das populações migrantes um vector de importância estratégica para a coesão social e o desenvolvimento da cidade. O aumento do número de mulheres migrantes em Portugal reforça a necessidade de assegurar que a perspectiva de género – e de não discriminação em função do sexo – esteja presente em todas as políticas.
A feminização das migrações cria situações específicas. Apesar das mulheres terem um papel decisivo no processo de integração social, elas defrontam-se, em termos de inserção profissional, com dificuldades acrescidas. São particularmente graves os factores de exploração e discriminação por motivos sexuais, mesmo no âmbito das respectivas comunidades, o que as coloca numa situação de maior vulnerabilidade e risco. A integração da perspectiva de género nas políticas de migração, também a nível local, visa que sejam avaliados os respectivos efeitos diferenciados em mulheres e homens, sem prejuízo de que as acções desenvolvidas venham a resultar em benefício de todas e todos.
A integração social e a promoção individual passam pela assimilação de valores de cidadania. É importante divulgar, também junto das mulheres e homens imigrantes ou pertencentes a minorias étnicas e culturais, informação abrangente sobre os seus direitos e deveres em matéria de cidadania e igualdade de género. Para além de se promoverem programas de formação em competências nos domínios da língua portuguesa e das tecnologias de informação e comunicação, há ainda que sensibilizar para o cumprimento da escolaridade obrigatória e da continuação do percurso educativo por parte das crianças e adolescentes.
Quero ainda destacar, em matéria de Igualdade de Género e Coesão Social, o papel do empreendedorismo feminino. Os tempos que vivemos fazem apelo a recursos de solidariedade e coesão. Mas também de inovação e empreendedorismo. É claro, hoje, para todos e todas, que a providência já não vem do Estado, mas de um sistema mais complexo em que a articulação de iniciativas públicas e privadas promovem o bom aproveitamento de recursos e a criação de bem estar. As mulheres têm sensibilidades e recursos que lhes são próprios e que no universo económico têm lugar de relevo. Afastadas durante muitas gerações da capacidade de gerir e empreender, as mulheres afirmam-se hoje, nas micro-empresas como nas grandes empresas, como exemplos de eficiência e sucesso. Precisamos de mais mulheres a criar empresas e a criar emprego. Também aqui a política municipal tem lugar, com a criação de incentivos e a gestão adequada dos espaços públicos e das oportunidades que lhes estão associados.
São passos essenciais para a construção de uma cidade mais justa e coesa. Como queremos Lisboa.

Elza Pais
Socióloga.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Síndrome da bolinha baixa. Disse Marques Mendes: "só um presidente eleito para a câmara municipal de Lisboa pelo psd pode assegurar as melhores condições de estabilidade, tranquilidade e governabilidade" (cit. in Público, n.º 6310, 9.Julho.2007, p. 14). Por instantes, ao ouvir isto, acontece algo entre o pasmo e o espasmo. Porém, na sequência do estremecimento, perguntamo-nos: e porquê? Porque Fernando Negrão é um puro?, o mais puro entre os puros? Não. Fernando Negrão, enquanto Fernando Negrão, não faz parte da equação ou faz por contingência apenas. Tanto poderia ser ele quanto poderia ser outro qualquer o cabeça de lista do psd. O que releva para Marques Mendes é que, aconteça o que acontecer, o psd continuará a ter maioria absoluta na assembleia municipal. Como surge evidente, ao tentar tirar dividendos de uma bizarria sistémica - e ao ameaçar estorvar a acção do novo elenco da câmara municipal de Lisboa com a maioria constituída do órgão deliberativo e que continuará -, Marques Mendes joga politicamente ao nível da bola de bowling, rés-o-chão. O que, convenhamos, não é, nunca foi, sinónimo de elevação. Para além disso, a declaração de Marques Mendes vem confirmar que o psd não se encontra no arco de forças políticas disponíveis para uma concertação municipal em prol de Lisboa, juntando-se, assim - ao recusar liminarmente encontrar programa e propostas com as restantes candidaturas, nomeadamente a candidatura socialista -, às posição e postura da cdu. O que é sintomático. Num momento em que a concertação e a consequente unidade política são uma das condições da solução para o problema que existe no município de Lisboa, há quem - vá lá saber-se porquê - prefere continuar a fazer parte do imbróglio. Não é fado. É outra coisa qualquer. (SF)

segunda-feira, 9 de julho de 2007

governar Lisboa

1.
Subordinar Lisboa a outras agendas não é boa política e as sondagens vão-se encarregando de penalizar quem tem optado por secundarizar os problemas da cidade na campanha. Mas não é demais denunciar quem o tem feito.
Sendo a capital do país, Lisboa nunca está imune a que as suas questões ditas "locais" se intercruzem com a agenda nacional. Os últimos anos, aliás, fornecem exemplos vários - quase todos pouco felizes para a cidade.
Mas isto é uma coisa, mais ou menos inevitável; outra, de todo inaceitável, é retirar os problemas de Lisboa do centro da campanha a pretexto de a transformar numa espécie de teste a eventuais descontentamentos a outros níveis, mas no fundo para esconder os limites das ideias de cada um, e da capacidade de as fazer vingar.

2.
Deste ponto de vista, Negrão é o caso mais flagrante. Para além de mau marketing, os cartazes que inundam Lisboa com a tentativa de colar a candidatura de António Costa à governação do país falham por completo tudo o que é essencial numa eleição desta natureza, e num momento tão particular como este. Vindo da candidatura de um partido (e de pessoas) com responsabilidades cimeiras no estado a que chegou a CML, talvez fosse boa ideia pôr alguma ideia no centro da campanha. Lisboa agradeceria.
Na verdade, Lisboa não precisa de ser governamentalizada ou desgovernamentalizada. Precisa, pura e simplesmente, de ser governada. Precisa de governo. De alguém que ponha ordem na CML e na cidade. Alguém que tenha ideias claras e capacidade para as pôr em prática. Porque é tudo isto que tem faltado nos últimos anos; e os correlegionários de Negrão (os tais que não aparecem nem nos cartazes nem em lado nenhum) são os rostos do desgoverno a que se chegou.

3.
Também Ruben de Carvalho tem dito, por mais do que uma vez, o que agora parece querer começar a desdizer. Ou seja, que está indisponível para entendimentos pós-eleitorais com António Costa. Porque o PS que lidera a campanha em Lisboa "é o mesmo que governa o país".
Na aparência coerente, esta posição não apenas confunde planos que não devem ser misturados como, acima de tudo, secundariza os interesses da cidade de Lisboa à agenda partidária dos comunistas. É legítimo, mas suspeito que os cidadãos não gostam. E fazem bem.
Se a direcção do PCP, ou por ela o candidato Ruben de Carvalho, anunciar que mudou de ideias, também fará bem. À qualidade do sistema democrático, com toda a certeza; e, com alguma probabilidade, à sua própria candidatura e a Lisboa.

MC

Lisboa Cri@tiva

07 de Julho

O Maxime foi palco de um participado debate promovido pela candidatura do Partido Socialista, intitulado Lisboa Criativa, que contou com a presença, entre outros, de Manuel João Vieira, João Caraça, Henrique Cayatte, António Câmara e do Ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago.

António Costa, ladeado pela candidata à vereação Rosália Vargas, assistiu a quase uma vintena de intervenções dos presentes sobre as potencialidades de Lisboa, actualmente adormecida, mas pronta a ser um pólo catalizador de novas tendências e mais criação.

Para António Costa, a crise da cidade é "estrutural, porque a cidade tem estado a perder população, empregos e iniciativa". Para ultrapassar este cenário, Costa entende qua a Câmara tem que saber gerar "valor acrescentado" o que só se consegue "com pessoas criativas e não com patos bravos. A uma Câmara Municipal compete criar o quadro para que essa criatividade se possa gerar e afirmar".

Surgiram muitas e boas ideias durante o debate. A título de exemplo, o presidente da YDreams sugeriu que Lisboa crie uma t-shirt transparente, "uma t-shirt transparente para simbolizar a ideia de uma cidade transparente"

Texto via «Unir Lisboa»



O equívoco das minorias

As duas sondagens publicadas ontem pelo "DN" e "Público" convergem no sentido de considerar que António Costa está muito perto de obter maioria absoluta mas não chega lá. As sondagens são realizadas por dois institutos credíveis, a Marktest e a Universidade Católica, e revelam que a oito dias das eleições falta a António Costa um vereador para poder governar a cidade de Lisboa, num cenário de estabilidade mas com a participação democrática de todas as forças políticas.
A eventual eleição de mais um vereador fará toda a diferença - a diferença que separa a estabilidade da instabilidade. Claro que Costa já garantiu que mesmo em minoria aceitará governar a Câmara de Lisboa. É esse o seu dever. Se ganhar as eleições deverá honrar o seu mandato, com maioria ou minoria, no integral respeito pelo voto soberano dos lisboetas. Mas a população da cidade precisa de ter presente o que significa ser eleito por maioria ou ficar na Câmara sujeito aos caprichos e aos jogos dos interesses partidários.
Se Costa for eleito por maioria dispõe de um mandato claro para realizar o seu projecto para a cidade. Pode definir prazos, assumir todos os compromissos estabelecidos com o eleitorado, cumprir a sua palavra, sem nunca pôr em causa que o fará no âmbito de uma cooperação com todas as forças políticas presentes na Câmara Municipal de Lisboa e que estejam dispostas a solucionar as dificuldades da cidade.
Se Costa for eleito sem maioria, como as sondagens indicam, vai ser extraordinariamente difícil concretizar o seu plano e cada uma das medidas que fazem parte do necessário "pacote" de intervenção urgente para Lisboa. Todos sabem o que acontece a um governo que não dispõe de maioria. Não concretiza o projecto que apresentou aos eleitores, reinando na maior parte das vezes a irresponsabilidade e a incúria em relação às verdadeiras soluções que têm de ser adoptadas.
O desgaste, a perda de tempo, a discussão inútil, a chicana política, instalam-se definitivamente e o Governo transforma-se num refém que tem de cumprir os rituais da submissão em conformidade com as circunstâncias de cada momento. Eu não defendo soluções minoritárias. Defendo soluções de maioria, sempre. Em Democracia as boas soluções são as maioritárias. Sem margem para equívocos.
Uma Democracia adulta gera, por regra, saídas maioritárias. Em favor do País, da transparência e da responsabilidade. A existência de uma maioria não significa, em lugar nenhum, a ausência de controlo das oposições nem quer dizer a ausência de diálogo entre eleitos e eleitores. O povo de Lisboa vai votar no próximo dia 15. Está clarificada a indisponibilidade dos outros partidos para quaisquer coligações. Todos se afirmam numa posição autista e pouco consentânea com os interesses da cidade. Se nada mudar, Lisboa não terá uma maioria a seu favor. E vão ver como a uma situação difícil vai somarse outra ainda mais difícil.
EMÍDIO RANGEL, CM, 7 de Julho de 2007

domingo, 8 de julho de 2007

Manual breve para lisboetas indecisos

Sá Fernandes: o Zé que sabe destruir, mas que é incapaz de construir uma solução para Lx (e é de soluções que Lx precisa).

Helena Roseta: a militante partidária de sempre que, num piscar de olhos, virou cidadã apartidária e antipartidária; pretende transformar a sua eleição numa revanche contra o PS.

Telmo Correia: aprendeu a limpar grafittis e andou a distribuir vassouras; mas Lx precisa de muito mais do que isso.

Carmona Rodrigues: o culpado pela situação que se vive na CML.

Fernando Negrão: o candidato do partido culpado pela situação que se vive na CML (foi o PSD que transformou a Câmara numa agência de empregos para detentores de cartão laranja, que conduziu ao fim da coligação com MJNP, que apoiou e depois tirou o tapete a Carmona, etc, etc, etc), candidato que já mostrou não ter estofo para o lugar a que se candidata.

Rúben de Carvalho: o candidato dos direitos dos trabalhadores e o adversário da política de direita, enfim, um mero amplificador do discurso oficial do PC, que não apresentou uma ideia nova para Lx.

António Costa: o único capaz de arrumar a casa e pôr a Câmara de novo a funcionar como deve ser.

TA

Notas Soltas (II)

Ontem estive no Maxime, durante a tarde. “Lisboa Cidade Criativa” foi o mote que lá me levou e ainda bem que fui. Porque, também desta perspectiva, a situação é preocupante… a bem dizer triste.

Não assisti a tudo porque cheguei tarde mas, ainda assim, percebi que aconteceu uma conversa empenhadamente participada e criativa. Já agora, lúcida.

“A uma Câmara Municipal compete criar o quadro para que essa criatividade se possa gerar e afirmar”, disse Antónia Costa. Concordo e acredito que é possível essa outra forma de “criatividade” por parte da Câmara.

“Re- Mover” Lisboa é preciso, no duplo sentido da “remoção” do cinzentismo, da falta de criatividade e da indisponibilidade, mas também do “voltar a mover” uma cidade adormecida. A “Nova Movida Lisboeta” precisa acontecer, adaptada ao século XXI, com interdisciplinaridade. Lisboa sabe, pode e quer.

AMP

Coincidência? … Talvez não!


Texto do PS Lumiar
A Empresa Municipal Gebalis vai promover hoje, dia 07 de Julho um concerto com o cantor Toy e tem estado a convidar os moradores dos Bairro dos Alfinetes, Salgadas, Marques de Abrantes, Quinta do Chalé, Condado e Ourives a assistir ao referido espectáculo.

Já não é a primeira vez que este artista é convidado para promover espectáculos nos Bairros Sociais de Lisboa.

Até aqui tudo parece normal.

Mas não será legitimo questionar porque agora a realização deste evento e não no mês transacto durante os festejos dos Santos Populares?

Estamos em plena campanha eleitoral.

É público que o actual Presidente do Concelho de Administração da Gebalis, Dr. Francisco Ribeiro é o nº 7 da lista do candidato Carmona Rodrigues.
Também é público a forte ligação que o artista Toy tem com o candidato ex-presidente da CML, dando voz ao hino da campanha para as eleições intercalares.

É legitimo perguntar:
- como é possivel a empresa municipal Gebalis promover este concerto neste período?
- Com que propósitos se realiza este concerto durante a campanha eleitoral?
- Será que todos os lisboetas, por intermédio da CML/Gebalis contribuem para a campanha de Carmona Rodrigues?

Não têm emenda!
Gonçalo [PS Lumiar]

4 - 12 - 15


Caro Paulo,

Em primeiro lugar, parabéns pelo quarto aniversário do Bloguítica. É, hoje, mais que uma referência da blogosfera. Parabéns.


Depois, respondendo à tua pequena «provocação» respondo com simplicidade, apresentando-te dois números: 12 e 15.

12 são o número de candidatos à presidência da CML. Bons e maus, mais bem preparados ou autênticos pára-quedistas, a verdade é que 12 concorrentes dividirão entre si o bolo eleitoral de 15 de Julho, dificultando, naturalmente, alguma grande concentração de votos.

O outro número é o 15. O dia das eleições. 15 de Julho, como deves de imaginar, é o dia onde muitos lisboetas saem para férias, chegam de férias, ou estão furiosos por não estarem de férias. É, sem dúvida, a pior data eleitoral dos últimos anos, e eu tenho muitas dúvidas que a votação chegue aos 50%.

Ora perante este cenário António Costa é dos candidatos mais afectados (não é o único, no entanto), uma vez que o seu eleitorado, mais ao centro, é exactamente aquele que está a entrar ou a sair da cidade para, literalmente, ir a banhos. Isto sem contar com os veraneantes de ocasião, que aproveitam o fim-de-semana para sairem da capital. Estas são duas explicações muito básicas, espécie de 101 da política autárquica.

Resumo. Muitos candidatos - voto mais distribuído. Eleições marcadas para o meio do período de férias - poucos eleitores - candidato centrista muito afectado. Posso, se quiseres, adiantar algumas explicações adicionais, que requerem já uma abordagem um pouco mais elaborada (que pode ter a ver com conceitos como voto flutuante, distribuição por método de Hondt, eleitorado fixo, abstenção, etc).

Se queres a minha opinião, acho incrível é como ainda pode ser possível atingir a maioria absoluta, como ainda se fala nisso. Em como aindas falas nisso. Em qualquer cenário competitivo tal situação seria impensável. Ao falares nisso só vens dar razão a quem, como eu pensa só haver um candidato à presidência da CML, sendo todos os outros apenas candidatos a vereador.

Ao resumires os temas da campanha à questão da maioria absoluta só vens lembrar que só António Costa pode aspirar ao (bom) governo da câmara, e que, nesse sentido, todo e qualquer voto noutro candidato só enfraquecerá o próximo executivo, que se quer capaz de resolver a inacreditável situação em que se encontra Lisboa.

Sabia-te descrente. Mas não te sabia assim tão descrente... (e, admito, fiquei surpreendido com a tua falta de paciência para com António Costa, tratando-o como se ele fosse um bandido vulgar, um político sujo e um cidadão-militante partidário de suspeita)


Ah, e isto não é sabonete, é um programa. Um programa para a cidade de Lisboa que, ao contrario do normal, é exequível. Se quiseres, também tens em versão reduzida


Para terminar, permite-me devolver a questão: como podes achar assim tão impossível que António Costa possa ter uma maioria que o permita governar, por 2 anos, a CML? Não consideras que Lisboa necessita de estabilidade política que lhe permita sair do buraco onde está? Ou defendes a ingovernabilidade, a anarquia como estado político? (é uma estranha posição para quem estuda a política, admito). Talvez defendas a política avulso, negociando a metro, com quem melhor convier para cada momento?

Não deve ser a política assumida e sufragada?
Sem coligações pré-eleitorais assumidas, quem quiser dotar a próxima CML de um governo estável e dar a Lisboa uma possibilidade de sair da trágica situação onde se encontra só tem um voto possível: António Costa. Tudo o resto ameaça prolongar esta crise.

JRS