domingo, 1 de julho de 2007

Lisboa Activa

Publico hoje um tTexto recebido por e-mail. Assim, como diriam alguns, num ímpeto de participação cívica de que é necessário acolher com carinho.
Balelas. Não foi concerteza hoje que descobri que há activismo cívico na cidade de Lisboa. Nem à conta disso vou fazer campanha. É um texto bem escrito, que denuncia uma situação que interessa e que decidi que merecia partilha.
Simples.
JRS
Aqui fica:
Exmo Senhor,

Lisboa é uma cidade que se vê decair dia a dia. Em vez de se restaurar constrói-se, a maior das partes, com um péssimo gosto especulativo, onde apenas impera a lei do cimento: não interessam espaços verdes, lugares para estacionamentos, passeios devidamente equilibrados e apetecíveis. O Centro Histórico, que é duma importância e riqueza ilimitadas, vai sendo adulterado, destruído, abandonado. Não se tem notado vontade de alterar esta tendência.

Dar qualidade de vida aos cidadãos de Lisboa passa muito pela recuperação daquilo que de importante Lisboa tem. Evitar que se percam muitos bens deve ser uma constante de quem governa e vive Lisboa.
Está neste caso o Salão Nobre do Conservatório Nacional de Lisboa, situado na Rua dos Caetanos, no Bairro Alto, e que é uma jóia arquitectónica feita nos finais do século XIX (1881), no lugar onde existiu a capela do Convento dos Caetanos, pelo Arquitecto Eugénio Cotrim e com tectos pintados por José Malhoa. Entre muitas coisas é conhecido a nível mundial pela sua excelente e rara acústica, tendo sido inúmeras vezes lugar de escolha de muitos artistas para gravações de obras suas.
Desde a década de 40 do século passado que este Salão não tem tido a mais pequena obra de manutenção ou recuperação. O Balcão há muitos anos que, devido ao seu péssimo e perigoso estado não pode ser utilizado, encontrando-se escorado com vigas de ferro a fim de evitar a sua queda.
Cada vez são mais as cadeiras onde é necessário pôr aviso de “NÃO SENTAR”, os tectos, onde estão as pinturas de José Malhoa, caem. Existem mesmo buracos e inúmeras rachas sendo iminente a sua derrocada. Os bastidores e camarins estão em estado de quase inacessibilidade.
Têm sido feitos vários apelos aos organismos que tutelam o Conservatório, mas infelizmente caem em saco roto.

Evidentemente que o nosso património é um bem nacional, mas a sua recuperação passa também muito pelo poder autárquico, que pode e deve exercer toda a sua força de modo a garantir o seu bom estado.
É nesse sentido que apelamos à sua intervenção, como candidato à CM de Lisboa, para que se empenhe na denúncia deste verdadeiro escândalo de lesa-património de modo a que sejam cada vez mais os cidadãos a empenharem-se nesta causa, levando a uma urgente recuperação do Salão Nobre do Conservatório de Lisboa. O RISCO DE PERDA TOTAL É IMINENTE. É preciso actuarmos a tempo.
Podem ser consultadas fotos que mostram o estado em que se encontra o salão em
http://suggia.weblog.com.pt , indo, na secção “Categorias” ao “ESTADO DAS NOSSAS COISAS: O SALÃO NOBRE DO CONSERVATÓRIO NACIONAL DE LISBOA”.

Com cumprimentos e desejos de êxitos

Virgílio Marques