Mas não basta candidato e equipa, penso que é decisivo o projecto. Claro que a condição financeira da CML condiciona, à partida, muito do que se possa avançar, remetendo mesmo tudo o que não seja a solvência financeira da para plano secundário.
Mas, apesar de entender ser absolutamente estruturante a apresentação de uma task force de exclusiva dedicação ao assunto financeiro, a Ideia para Lisboa não pode ficar refém de uma política e de uma visão exclusivamente monetarista.
Lisboa é, e tem de ser, muito mais. Tem de ser modernidade, tolerância, criatividade. Tem de ser competitiva, contemporânea, capital. Lisboa tem de ser Cultura.
Defendo, assim, que haja uma Ideia agregadora para servir de catalizador de uma nova fase de desenvolvimento na vida de Lisboa, atirando-a para a contemporaneidade e para a dinâmica do século XXI.
A Lisboa institucional ainda não entrou neste novo século, mas a sua sociedade civil sim. Hoje Lisboa pulula de ideias, iniciativas e projectos. Todos feitos à margem do poder autárquico. E este divórcio necessita de ser anulado. Tem de haver um novo casamento.
Do que tenho visto, lido e reflectido, parece-me que o conceito das «Cidades Cri@tivas», devidamente enquadrado na cultura lisboeta, pode e deve poder ser utilizado e desenvolvido. Sumariamente, este conceito consagra três «t’s»: Talento, Tecnologia e Tolerância, e assume que as políticas de desenvolvimento sustentáveis e integradas nas cidades contemporâneas assentam na maximização do seu potencial de criação sustentada na sua massa humana envolvente e envolvida.
Esta Ideia sustenta que uma Cidade com capacidade de apoiar e promover criadores consegue ser atractiva e socialmente mais equilibrada e justa; que uma cidade com capacidade de se apoiar nas suas redes sociais e humanas pode transformar o seu cosmopolitismo transversal numa existência solidária e competitiva.
Seria, então, através do aproveitamento das diversas redes já existentes na sociedade civil, devidamente enquadradas com a experiência de gestão pública da equipa a ser eleita nas listas do PS, que se desenvolveria a nova atitude para cidade. Uma vez retomada esta ligação (já existente, por exemplo, no tempo das grandes realizações culturais de Jorge Sampaio e João Soares), o potencial de construção multiplica-se.
A Ideia é envolver a cidade na cidade, construindo um discurso mais inclusivo e moderno. A Cidade Cri@tiva que defendo, albergando gentes de todas as raças, credos, tendências, géneros e formas de vida, é uma cidade que vive nela, de forma orgânica. É uma cidade que se solidariza e que cria. É uma cidade que atrai e compete. É uma cidade que projecta e cumpre.
Hoje, no panorama político actual, estou certo que só a candidatura do Partido Socialista pode liderar este novo ciclo de desenvolvimento da cidade capital de Portugal. Um ciclo que, em dez anos dará a Barcelona o exemplo… de Lisboa.
Este é, para mim, um combate pessoal em prol do futuro da minha cidade. Não vai ser um combate fácil, não esperem uma vitória oferecida. Vai ser um combate exigente e que vai requerer de todos o nosso melhor.
Eu sei que temos o que é necessário para levar a bom porto o nosso projecto. Temos o líder, a equipa e sabemos o que fazer.
É este o momento de Lisboa voltar a existir. É este o momento do PS voltar à lide da Câmara.
Hoje Lisboa não tem desculpa para o não envolvimento. Lisboa necessita de uma nova unidade, plural e diversificada, em prol e defesa de um projecto de futuro. Precisamos voltar a Unir Lisboa.
É o que aqui procuramos fazer.
José Reis Santos