sexta-feira, 22 de junho de 2007

Debates

Debates.

Pelo que sei está-se a preparar um debate a 12. Se for de duas horas cada candidato tem direito a 10 minutos. Isto sem intervalos, sem interrupções, sem confronto, nada. 10 minutos.
Qual é a ideia? Dizer que se fez um debate a 12? Assumir a pluralidade democrática? De quem é o interesse do debate? Dos concorrentes e das suas entourages ou de quem os está a ver e ouvir, i.e., os eleitores? É que estes não vão ficar nada esclarecidos neste cenário a 12.

Soube também, pelo Daniel Oliveira, que se estavam a preparar uma série de duelos a dois na TSF. Seria este o escalonamento dos confrontos:
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António Costa vs Carmona Rodrigues.
Fernando Negrão vs Helena Roseta.
Ruben de Carvalho vs Telmo Correia
José Sá Fernandes vs… Gonçalo da Câmara Pereira
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Concordo com o Daniel que diz que só pode ser piada. Não é que não pudesse ter interesse o debate Sá Fernandes x Gonçalo da Câmara Pereira, mas temos de admitir que o critério de emparelhamento é, no mínimo, muito discutível. (até se podia adivinhar algo como Negrão x Carmona, Roseta x Ruben, Telmo x Sá Fernandes; o problema é que António Costa não podia ser só entrevistado… claro que se retirassem o Telmo Correia do bolo…)
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Também não me parece ser esta uma solução.
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Aqui propusemos duelos online, patrocinados pelas candidaturas, mas debateres 12 candidatos entre eles seriam… 66 debates. Se foram a 2 horas cada teríamos 132 horas de debates, ou sejam cinco dias e meio…
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É uma solução difícil.
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Lembrei-me, então, de um outro formato, que é o modelo seguido nas presidenciais norte-americanas. Há um pivot que concentra a condução do programa. Todo a sessão é de perguntas e respostas. As perguntas são previamente entregues aos candidatos, que assim as preparam com a antecedência necessária para as poderem responder dentro do tempo previamente combinado. Assim reduz-se o desperdício e maximiza-se a iniciativa.
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As perguntas podem vir de diversos lugares, quer de editores dos principais órgãos de comunicação social (RTP, SIC, TVI, Publico, RR, DN, TSF, etc), quer do público em geral (através da net, se selecção de questões da audiência, etc.), quer ainda dos próprios candidatos. Há ainda um período de questões directas, de SIM / NÃO (exemplo: «Faria uma nova ponte sobre o Tejo?» ou «extinguiria empresas municipais?»). No final é dado 1 minuto e meio para alegações finais e termina o debate.
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O sistema não é perfeito, mas é mais aproveitável e esclarecedor que os debates ocorrentes em Portugal; onde qualquer questão posta é respondida a três tempos: o da pergunta anterior, o da questão em si e o da questão que gostaríamos de estar a responder.
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Fica a ideia.
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JRS