quinta-feira, 31 de maio de 2007

António Costa e a Lei das Finanças Locais

O facto de António Costa ser o rosto político da nova Lei das Finanças Locais poderá constituir um dos principais temas de campanha. Ruben de Carvalho já esboçou essa linha de ataque no lançamento da sua candidatura e creio que os restantes candidatos procurarão não lhe ficar atrás. Todavia, caso as outras candidaturas venham a enveredar por esse caminho, podem cair num enorme engodo. Por um lado, a generalidade dos eleitores concorda que era necessário pôr cobro ao despesismo de muitas autarquias locais. Por outro lado, os eleitores de Lisboa são os mais sensíveis à bondade das opções contidas na referida Lei, pois estão fartos de serem vítimas do fartar vilanagem dos últimos seis anos: são eles que viram os impostos e as taxas locais serem aumentados para financiar projectos megalómanos e pessoal político em barda.
De resto, a ideia de rigor que a candidatura de António Costa procura transmitir é também indissociável da nova Lei das Finanças Locais. Os eleitores de Lisboa não querem ouvir falar de túneis, do Parque Mayer e de outros empreendimentos. Querem, antes de mais, saber como e quando se vai pagar a dívida que ronda os 1250 milhões de euros. Para isso, vai ser necessário aplicar a nova Lei das Finanças Locais, assumindo-se, desde já, que nos próximos dois anos apenas vai haver condições para arrumar a casa.

João Miranda