terça-feira, 26 de junho de 2007

O destino do Zé

Na campanha de há dois anos, o Zé tinha um cartaz intitulado «Gente Séria». Desta vez, o Zé tem a cidade inundada com um cartaz dizendo «Um só interesse: Lisboa». O que estes dois cartazes têm em comum é a tentativa de vincar um traço de carácter do Zé face aos seus oponentes: ele é o único que é sério e que não se move por outros interesses - leia-se privados. Trata-se de um estilo de campanha centrado em temas de carácter e não em propostas para Lisboa. Mas esta não é uma forma saudável de fazer política. Ela recorda-nos o pior das campanhas pupulistas e demagógicas de Manuel Monteiro, quando, infelizmente, o tinhamos de ouvir.
De cada vez que um candidato numa eleição tem necessidade de apregoar que é um poço de virtudes, inevitavelmente, lança lama em direcção aos seus adversários e afasta os eleitores da política. O Zé moralista há-de ter o mesmo fim de Manuel Monteiro: daqui a uns tempos, já ninguém vai ter mais paciência para as suas cruzadas e perderá o palco. A dúvida que tenho neste momento é a de saber se a aversão, que os eleitores já vão nutrindo por ele, será suficiente para evitar a sua eleição como Vereador. Talvez ainda não. Mas em 2009 de certeza que sim.
JM