«Fernando Negrão até pode querer ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa e não saber o que é o IPPAR. Até pode não saber o que é o IPPAR nem a EPUL. Até pode não saber o que é o IPPAR, nem a EPUL, nem a EPAL. Mas tem de saber que, depois da sua entrevista desastrosa esta semana, em que trocou todas as siglas possíveis (com a excepção da NATO e da ONU, tendo em conta as reduzidas competências da Câmara na diplomacia), a sua campanha acabou. É sempre possível dizer: "Ele trocou os nomes mas de certeza que sabe do que estava a falar." Talvez sim, talvez não ou muito pelo contrário. Fernando Negrão veio de Setúbal para pedir votos em Lisboa. Candidata-se por um partido que ofereceu, sem aviso, Carmona Rodrigues à cidade. E pôs na sua lista nomes da última vereação, que viram a casa a arder e fizeram de conta que era só um cigarro mal apagado. Quer dizer: começou mal e continuou mal. E não tinha margem para errar.»
Editorial da revista Sábado, 28 de Junho de 2007