segunda-feira, 11 de junho de 2007

E que tal discutir Lisboa?


Ruben de Carvalho reforçou esta ideia e, na mesma linha, veio novamente recusar acordos após as eleições. Que o candidato comunista à CML afirme que não quer participar em coligações pós-eleitorais é um sinal negativo de entrincheiramento de posições, mas ainda assim é um direito que lhe assiste e que usará legitimamente – coligar-se-á e assumirá a responsabilidade pelo mandato que lhe for conferido como entender e por isso será julgado nas urnas.

A intervenção de Jerónimo de Sousa, por seu turno, desrespeita a inteligência dos munícipes de Lisboa, secundariza os problemas da autarquia e demonstra falta de honestidade política perante o acto eleitoral e perante a situação difícil da cidade de Lisboa. No dia 15 de Julho não vamos avaliar a política do governo Sócrates e Jerónimo de Sousa sabe-o bem. A situação de desconsolo e abandono a que chegou a capital exige um debate sério sobre as formas de a tirar do buraco em que a gestão sem rumo dos últimos seis anos a colocou. Lisboa merece que o seu futuro seja discutido por todos os candidatos. Merece mais do que esta tentativa de deturpação do acto eleitoral a que os seus cidadãos são chamados.

Nesta lógica assumida por Jerónimo de Sousa, em que infligir mais uma derrota ao Governo é o relevante, se necessário mantendo a autarquia nas mãos de quem a deixou no caos, a mensagem para os eleitores é, pois, a seguinte:

Ignorem o facto de estarem a escolher a melhor equipa para a vereação e o melhor candidato para presidente. Esqueçam a crise orçamental. Esqueçam a paralisia urbanística. Esqueçam a falta de visão estratégica para a cidade. Esqueçam o aumento de tráfego automóvel, a degradação do parque habitacional, a necessidade de reforma administrativa e de prevenção da corrupção. Esqueçam tudo o que vos rodeia e que piora a vossa qualidade de vida, que hipoteca o futuro da cidade dos vossos filhos e netos. No dia 15 de Julho, esqueçam para o que votam e ignorem a vossa cidade. E votem contra o PS, contra o Governo e contra José Sócrates.

É impressão minha, ou, de facto, quem veio para a campanha de Lisboa com intuito de capitalizar politicamente o resultado a nível nacional, não foi José Sócrates, foi Jerónimo de Sousa?

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